Em 1916, nasce José Alves de Oliveira em Valença, cidade do interior do estado do PiauÃ. Casado, teve seis filhos.
Marceneiro de formação, inicia seu trabalho na escultura, em Teresina, capital do estado, entalhando ex-votos pelos quais nada cobrava.
Marceneiro de formação, inicia seu trabalho na escultura, em Teresina, capital do estado, entalhando ex-votos pelos quais nada cobrava.
Nessa cidade, desempenhou diferentes atividades, tendo sido vigia de praça pública, contratado pela prefeitura. Posteriormente, instalou nessa mesma praça uma barraca de comida. A pedido do vigário local, que conhecia seu trabalho com as "promessas" (ex-voto), especializou-se como santeiro, começando por esculpir imagens sacras para a igreja da Vermelha, em substituição à s imagens de gesso. Suas peças são talhadas em cedro, obedecendo muitas vezes o tamanho natural. Na decoração das saias de santos e anjos está presente a temática regionalista, com cajus, folhagens e flores tÃpicas da região.
A vida na capital do Piauà - Teresina
Mestre Dezinho, Anjo guardiao, madeira, Igreja de Nossa Senhora de Lourdes, Teresina-PI. Reproduçao fotográfica do site Teresina Panoramica. |
Em busca de educação para os filhos, mudou-se com a esposa, Francisca de Oliveira, e os seis filhos para a capital do Estado. Em Teresina trabalhou como vigia municipal e continuou a trabalhar na confecção de suas peças de madeira. Nesta época estava sendo construÃda a Igreja Nossa Senhora de Lourdes e o vigário, padre Francisco das Chagas Carvalho, havia encomendando ao mestre Dezinho alguns bancos para a igreja. Um dia na casa do mestre, Padre Carvalho se deparou com os ex-votos esculpidos por ele. Empolgado com o que tinha visto, encomendou-lhe um Cristo em madeira para colocar no altar-mor da nova igreja. Gostou tanto do resultado que pediu ao mestre que esculpisse varias outras imagens para a igreja. A Igreja da Vermelha, como é conhecida em Teresina, acabou se tornando um registro histórico do nascimento artÃstico do mestre Dezinho.
“Quando terminei, o padre Carvalho convidou o arcebispo D. Avelar para ver as peças esculpidas na madeira. (...) Eu fiquei bastante nervoso tentando imaginar o que ele estaria pensando sobre aquelas ‘caras de pau’ feito santos. Fiquei aliviado quando ele me cumprimentou e parabenizou dizendo que eu era um escultor. Eu quis saber o que era escultor. Ele disse que era um artista que fazia as semelhanças de uma pessoa em madeira ou em pedra; e que se eu continuasse assim, ia ser um segundo Aleijadinho” (Dezinho, 1999, p. 66).
A repercussão do trabalho do mestre Dezinho na igreja de Nossa Senhora de Lourdes a transformou em um ponto turÃstico e a obra do mestre ficou conhecida em todo Brasil.
Fonte:
Museu do Pontal - http://www.museucasadopontal.com.br/pt-br/mestre-dezinho
Redes Sociais