Usada de múltiplas formas, a palmeira babaçu tem nos seus frutos a parte mais nobre. Das diversas camadas das suas cascas é possível fazer farinha para uso alimentício, carvão, adubo e outros. Das suas amêndoas se extrai o óleo de babaçu, utilizado principalmente na culinária e na indústria de cosméticos. Ocorre em várias regiões do Brasil, principalmente na área de transição entre os biomas Cerrado, Caatinga e Amazônia, extensa região entre os estados do Pará, Maranhão, Tocantins e Piauí.
Nas formações florestais com alta predominância de babaçu, também conhecidas como babaçuais ou Mata dos Cocais, as comunidades agroextrativistas de diferentes regiões também chamam o babaçu por outros nomes, tais como: coco-palmeira, coco-de-macaco, coco-pindoba, andajá, indaiá, baguaçu, uauaçu, catolé, pindoba, pindobassu e muitos outros.

A Attalea speciosa Mart. ex Spreng. é a espécie de maior amplitude de ocorrência e importância econômica. Outras espécies próximas também são denominadas babaçus, como Attalea eichleri (Drude) A.J. Hend. e Attalea vitrivir Zona.

Os grandes cachos de babaçu podem ter entre 300 a 500 frutos. Quando amadurecem os frutos caem, e no chão, estão prontos para serem colhidos pelas quebradeiras de coco, mulheres de comunidades tradicionais agroextrativistas que têm nessa planta a base da sua sobrevivência econômica e cultural. Além de realizar a coleta e todo o processamento, as quebradeiras também se organizaram para lutar pelos direitos de reconhecimento territorial, especialmente pelo livre acesso aos babaçuais em áreas públicas e privadas.
Multiplos usos
As comunidades tradicionais dizem que do babaçu se aproveita praticamente tudo. Das folhas da palmeira pode se fazer armação de coberturas para casas e confecção de artesanatos como cestos, peneiras, esteiras e entre outros. Já o caule (estipe) pode ser usado na marcenaria ou como adubo natural.

O coco também é aproveitado por inteiro. Da parte externa, conhecida como epicarpo, pode-se fazer xaxim, queima em fornos caseiros, adubo orgânico e etc. Do mesocarpo, a camada abaixo do epicarpo, é possível extrair farinha amilácea comestível, que pode ser utilizada para bolos, mingau, biscoitos e outros tipos de alimentos, ou como insumo para industria de cosméticos. O endocarpo, a camada mais dura, pode ser usado para confecção de artesanatos, carvão e outros. Da amêndoa, a parte mais nobre do fruto, se extrair o óleo de babaçu para ser usado na culinária, na fabricação de sabão, detergentes, cosméticos, lubrificantes, biodiesel e fitoterápicos. Por processos diferentes, pode-se extrair o leite de coco babaçu, ingrediente culinário muito nutritivo e valorizado por múltiplos usos. O bagaço do processamento da amêndoa, conhecido como torta, pode ser usado como suplemento animal ou como adubo orgânico.