Ela nasceu às margens do rio Canindé, em Amarante, onde os agricultores costumavam plantar para aproveitar a terra fértil. Os passos repetem o trote desajeitado de um cavalo manco.



Era uma maneira divertida de espantar o sono que acabou incorporada às festas juninas.

São 12 casais que vão trocando de par a noite toda. Eles pulam com uma perna só, correm e fazem um sapateado marcante. 

O que é Cavalo Piancó

Essa palavra um tanto diferente surgiu há um tempo, como uma brincadeira divertida entre crianças de uma comunidade nordestina, que mais tarde se transformou em dança, com direito a variados ritmos e cantigas.


A dança, como era de se esperar, foi passando de geração em geração e perdura até hoje nos costumes da população e até de outras regiões do Brasil.


Onde surgiu

A origem dessa dança, que possui descendência negra, se deu no município de Amarante, no estado do Piauí. Amarante se localiza às margens de três rios: Canindé, Parnaíba e Mulato.


É sabido que foram nas margens do rio Canindé que os negros, na intenção de espantar o sono sob as noites de luar, dançavam o Cavalo Piancó. Hoje é difícil encontrar um habitante que não conheça essa dança, que se tornou praticamente parte da cultura da cidade de Amarante, e é também um motivo de orgulho para os cidadãos.


O que significa

A palavra “piancó”, segundo os habitantes de Amarante, quer dizer “cavalo manco”. Mas alguns questionamentos recentes, feitos pela própria população Amarantina, sugerem que a palavra “piancó” teria origem indígena, relacionada ao chefe Piancó da tribo dos índios Coremas, no oeste da Paraíba.


O nome, que pode significar temor ou medo, deu origem ao Vale do Piancó — ocupado pela tribo — que ainda hoje leva essa denominação.


O coro

Para dançar o Cavalo Piancó, segue o coro:


“Ora o meu cavalo é Piancó

Ora o meu cavalo é Piancó

Ora o meu cavalo é Piancó

Bonito pra vadiar

Cavaleiro troca o par.”

Como dançar


A dança possui uma coreografia muito divertida e engraçada, pois imita os passos de um cavalo manco. Os dançarinos, homens e mulheres, formam pares e se juntam em um círculo, onde começam a fazer os trotes compassados.


Durante a dança, os pares vão sendo trocados e o compasso muda, alternando entre passos e pisadas firmes no chão. Muitas vezes, a dança é feita com diferentes músicas e por isso o ritmo pode ser mais lento ou bem acelerado, diversificando a coreografia. Bem legal, não é?

Site: Adelmario Coelho e G1/Globo Repórter