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O Acarajé é uma das mais tradicionais especiarias populares no Brasil e carrega uma história cultural ainda pouco conhecida. Ele é vendido por todo o país, principalmente em regiões turísticas da Bahia, produzido majoritariamente por mulheres – mães e filhas de santo -, e oferecido no tabuleiro, onde acompanha também outras iguarias baianas, como o abará, o lelê, a cocada preta, cocada branca, o pé-de-moleque, a passarinha, o bolo de estudante. Além disso, como se assemelha a um balcão, o tabuleiro também tem espaço para guardar panelas, colheres de pau e objetos rituais, como figas, dandás e colares de conta.
Preparado com um bolinho de feijão-fradinho artesanal, temperado com cebola e sal, frito em azeite de dendê e depois recheado com vatapá (leite de coco, castanha de caju, amendoim e camarão), vinagrete e camarão seco, o acarajé é servido “quente” ou “frio”, ou seja, com muita ou pouca pimenta.
HISTÓRIA
Iansã, deusa dos ventos e das tempestades, é a senhora dos raios e dona da alma dos mortos. A ela são oferecidos os bolinhos feitos de feijão fradinho e fritos no azeite de dendê, o acarajé. Segundo a lenda, a deusa dos ventos, mulher de Xangô, foi a casa de Ifá, buscar um preparado para seu marido.
Ifá entregou o encantamento e recomendou que quando Xangô comesse fosse falar para o povo. Iansã desconfiou e provou o alimento antes de entrega-lo ao marido, nada aconteceu, quando chegou em casa entregou o preparado ao marido, lembrando o que Ifá dissera, Xangô comeu e quando foi falar ao povo, começaram a sair labaredas de fogo da sua boca, Iansã ficou aflita e correu para ajudar o marido gritando Kawô Kabiesilé. Foi então que as labaredas começaram a sair da sua boca também.
Diante do ocorrido o povo começou a sauda-los: Obá anlá Òyó até babá Inà, ou seja, grande rei de Oyó, rei de pai do fogo. Essa história do Candomblé explica o nome do acarajé, que vem do iorubá akárà (bola de fogo) e jè (comer).
Fonte: www.pelopelourinho.blogspot.com / https://www.palmares.gov.br/
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